NÃO HÁ LUGAR COMO O LAR - PERCY/NICO AU COLEGIAL - CAPÍTULO IX

NÃO HÁ LUGAR COMO O LAR - PERCY/NICO AU COLEGIAL - CAPÍTULO IX

Oii, como vai? Capítulo novo, porém não tão longo como eu esperava. Leiam as notas finais!

Cenas do passado/Flashback em italico

Boa leitura!

Capítulos anteriores: CAPÍTULO I / CAPÍTULO II / CAPÍTULO III / CAPÍTULO IV / CAPÍTULO V / CAPÍTULO VI / CAPÍTULO VII / CAPÍTULO VIII

Percy olhou para os lados, se certificando que ninguém estava o seguindo e saiu da sala vazia. Esse era o preço para não ver sua mãe chorando pelos cantos e se chamando de fracasso.

Desde que o restaurante de sua família tinha se tornado cinco estrelas, a perseguição tinha começado. Não importava onde fosse ou quem estivesse perto dele, a adoração velada por puro interesse começaria, pois, quem nunca tinha falado com ele agora queria ser seu amigo, e seus melhores amigos começaram a tratá-lo como se ele fosse da realeza. Todos sabiam seu nome. Mas no fim o que eles queriam era arranjar um reserva em nome de outros adultos. Percy tinha aprendido bem rápido a se esgueirar dessas pessoas que agora eram quase todos que ele conhecia. E sabe o que era pior? Essas pessoas não estavam interessadas na comida de sua mãe e sim em quem frequentava o restaurante. Isso era tão injusto! Até para ir no banheiro, multidões o seguiam sem lhe dar um minuto de paz. Tyson era tão sortudo! Ele já tinha terminado o colégio e estava a ponto de se formar na faculdade. Restava a Percy lidar com as fofocas e pessoas interesseiras.

Olhando mais uma vez para o corredor vazio, Percy guardou o celular no bolso e entrou no banheiro.

Ah, finalmente silêncio. Somente ele e o mictório. Abriu o dizer de sua calça e… e escutou um gemido. Bem perto dele. Virou o rosto e ali estavam três garotos em uma rodinha. Viu que um deles abria a própria calça. 

Bem, isso não era da sua conta.

— Não, por favor. Eu… eu… 

— Você o quê? Vai contar pra irmãzinha? Pro papai?

— Por favor!

Percy suspirou e caminhou em direção a eles. Sua mãe não tinha lhe educado para ver alguém ser abusado.

Ele parou atrás deles, em frente ao espelho, e viu o que acontecia. Um garoto com as feições mais suaves e femininas que ele já tinha visto tentava tampar o rosto e se encolhia contra a parede, ele era tão pequeno que reagir contra aqueles garotos seria burrice. O problema é que Percy se distraiu tanto com a beleza do garoto que acabou perdendo o momento em que um dos garotos segurou no próprio membro e apontou em direção ao garoto no chão.

— O que vocês estão fazendo? — Ele enfim disse. 

Os garotos se assustaram e se afastaram num pulo, se cobrindo como puderam.

— A gente… ei, você não é aquele garoto rico?

Era só o que faltava.

— Eu disse, o que vocês estão fazendo?

— Não é o que parece.

— Ah, não é? Como você explica isso?

Os três garotos e Percy olharam para o garotinho no chão que escondia o rosto e chorava desoladamente.

— Vocês sabem de uma coisa? Eu não quero saber. Se eu pegar vocês fazendo isso de novo…

— Você não tem provas!

— Quer pagar pra ver?

Os garotos se entreolharam e depois de alguns momentos, saíram correndo. Finalmente ele podia fazer o que precisava e ir embora.

Isso é, se o garotinho não tivesse levantado o rosto e olhado para ele com aqueles profundos olhos negros, inchados e brilhantes. Cabelos levemente encaracolados em ondas negras e os lábios mais bonitos e avermelhados que ele já tinha visto. Admitia que tinha congelado, apreciando a visão. Percy que nunca havia se interessado por ninguém em seus onze anos de vida se via encantado. E mesmo quando o garotinho mordeu os lábios e olhou para ele, ainda estatelado no chão do banheiro, Percy não conseguia parar de olhar.

— Você não precisava.

— Eu… era o certo. — Essa era a verdade, era o certo a se fazer, mas o que não era certo era admirar o lindo garotinho, principalmente numa situação como aquela. Ele se sentia um monstro. — Qual seu nome?

— Nico. Niccolas.

Hmm… italiano. Dizem que é a linguagem do amor.

— Percy Jackson.

— Oh. — Nico disse, o olhando dos pés à cabeça, suas bochechas altas se esquentando. — Você não vai fazer o que aqueles garotos queriam fazer… vai?

— O que eles queriam fazer?

Nico olhou para baixo e Percy acompanhou o olhar. Oh, de fato, seu zíper ainda estava aberto, porém agora havia um certo… volume ali.

— Eu não sou como aqueles garotos.

— Não é? — Nico ainda parecia em dúvida, embora ele mesmo tivesse um volume nas calças. Um bem menor e que Percy parecia estar analisando com mais atenção do que deveria.

— Eu não sou. — Ele se virou, tentando convencer a si próprio e andou até o mictório.

Abaixou a cueca e tentou se concentrar. Ninguém o avisou que seria difícil se aliviar com uma ereção no caminho. Respirou fundo, relaxando, e enfim conseguiu. Quando voltou para a pia, pretendendo lavar a mão viu que o garotinho ainda estava no chão, o observando se aproximar.

Nico tinha lhe observado… ir no banheiro? Já que a área era bem aberta, impossível não ver o que acontecia.

— Você precisa de ajuda? — Percy disse enquanto lavava as mãos, encarando ambas suas reflexões no espelho. Nico parecia assustado e encabulado, enquanto ele próprio estava todo sério e quase ausente, sem mostrar emoções.

— Não! Quer dizer, eu estou bem. Obrigado.

— Tudo bem, então.

Percy secou a mão e se virou em direção à saída. Ele tinha oferecido ajuda, não tinha? A partir dali não era sua responsabilidade o que acontecia com Nico.

***

Percy nunca tinha percebido como aquela escola era grande. Duas quadras cobertas e mais duas ao ar livre, cinquenta salas de aula, dez laboratórios. Piscinas, trilhas de corrida e até uma floresta com uma plantação variada. Era um bom lugar para quem estivesse procurando uma educação abrangente, também era um ótimo para quem estivesse procurando um lugar para se esconder. Felizmente, Percy tinha encontrado o lugar perfeito: deserto e silencioso, bem em frente a uma das quadras descobertas. O melhor de tudo era que a visão da arquibancada era bem limitada, impedindo que as pessoas o achassem facilmente.

Ele caminhou calmamente pelos corredores do colégio e chegou a seu lugar favorito, decidido a fazer algumas cestas na quadra e comer algo rápido antes da próxima aula. Ele pretendia entrar para o time e não queria que fosse por puro favoritismo. Isso é, ele já ia entrar na quadra quando viu uma cabeleira negra no lado mais distante da arquibancada. Agora, Percy não tinha escolha, ele precisava saber quem era, só assim saberia se ainda era um lugar seguro ou não.

Percy andou a passos apressados e viu que era o mesmo garotinho da vez passada. Ele tinha o lábio cortado e o lado direito do rosto arroxeado. Percy teve o impulso de perguntar quem tinha feito aquilo com ele, mas se lembrou, não era de sua conta. Até porque Nico parecia estar bem tirando o rosto machucado, vendo que ele comia um pequeno banquete. Percy podia ver pelo menos quatro tipos de pratos diferentes, todos organizados em pequenas marmitas, a visão esquentando seu coração por algum motivo. Devia ser a forma que Nico se encolheu, tentando se esconder dele, mas mesmo assim o encarou, sorrindo.

Ele observou Nico levantar uma das marmitas e da forma mais tímida possível, oferecer a ele, dizendo: — Você quer?

Percy se viu andando o resto da distância até Nico, abandonando sua mochila e bola de basquete no pé da arquibancada, e se sentando em frente a Nico.

— Eu trouxe também. Minha mãe é cozinheira.

— Ah. — Nico murmurou e deu de ombros, pegando seus talheres. — Eu sempre faço muito. Vê?

Então Nico abriu as outras duas marmitas e mostrou a ele. Torta de legumes com queijo. Bolinho de carne. Pão de calabresa. Bolo também.

— Você faz? E sua mãe?

— Eu não tenho. Ela morreu.

Foi quando Percy se deu conta do que fazia. Feito um esquisito, observava Nico comer como se fosse a coisa mais maravilhosa do mundo enquanto o garoto comia sozinho, tendo que fazer a própria comida.

— Seu pai? Você deve ter um, certo?

Nico negou e enfiou outro pedaço de torta na boca, ignorando todo o resto dos pratos.

— Papai nunca está em casa. Eu aprendi com a mama antes dela morrer. A comida dela era o máximo! A vovó também cozinha muito bem. — Mas Nico falava aquilo com tanta felicidade que Percy se sentiu melhor.

— Quem cuida de você?

— Eu tenho uma babá. Minha irmã, também! Ela é a melhor irmã do mundo. — Nico continuou comendo todo contente e Percy sentiu algo em seus olhos. O que estava acontecendo? Esse garoto não podia ser tão ingênuo, certo? Tão... feliz? Quantos anos ele tinha? Nove? Dez? Devia ser mais novo que ele próprio.

— Você não quer mesmo? Fiz tudo sozinho!

— Tudo? Você sequer alcança o fogão?

— Fiz, sim! A babá só ligou o fogão. Eu tenho uma escada que fica perto da bancada e...

— E?

— Você é muito malvado. Não quero mais falar com você!

Percy não aguentou, ele colocou a mão em volta da barriga e gargalhou. Fazia tempo que ele não via uma coisa tão fofa e engraçada. As bochechas gordinhas de Nico se enchendo feito um balãozinho, os braços cruzados, os lábios num biquinho ainda mais fofo.

— Quantos anos você tem, hein?

— Eu tenho onze! Qual o problema?

— Você é tão baixinho e pequeno? Quem está te alimentando?

E de novo, Percy não aguentou. Rindo da própria piada, se deixou cair de costas na arquibancada, rindo e rindo até que seu ar sumisse e depois voltasse, um sorriso feliz permanecendo em seus lábios muito tempo após sua crise passar.

— Você está bem? — Nico perguntou numa voz pequena e suave, fazendo seu coração derreter.

Percy abriu os olhos para ver que Nico tinha se aproximado de onde ele estava deitado, sentando sobre os próprios joelhos, todo preocupado, seus olhos negros arregalados e bochechas coradas.

— Então... — Percy disse, tentando parar de sorrir. —  Estamos no mesmo ano. Como eu não te vi por aí?

— Eu te vi. — Nico disse e abaixou os olhos para o próprio colo. — É difícil não ver quando as pessoas só falam de você.

— O que eles falam?

— Que você tira as melhores notas. É o melhor nos esportes. Tem a melhor namorada. Essas coisas.

— Que namorada é essa?

—  Acho que... Annabeth Chase? Não sei direito. Cheguei há poucas semanas.

— É bom saber disso.

— Saber do quê?

— Que eu tenho uma namorada.

— Você... não sabe? — Nico entortou a cabeça, feito um cachorrinho confuso e isso arrancou outra gargalhada dele. Dessa vez, Nico riu junto. Ele parecia estar segurando o riso, mas quando Percy não parou, Nico se viu sem escapatória, se juntando a ele.

— Você é engraçado. — Nico lhe disse.

— Você que é.

E feito um garoto da terceira série, coisa que ambos eram, riram novamente, enquanto ouviam o sinal tocar. Percy nem tinha percebido que meia hora tinha se passado, o que era mais tempo do que ele costumava passar com seus velhos amigos nos últimos tempos. E o que isso dizia sobre ele, hm?

— A gente tem que ir. — Ele ouviu Nico dizer.

Eles realmente tinham. Com pressa, ajudou Nico a recolher as marmitas e o acompanhou para a próxima aula, descobrindo que Nico de fato estava na mesma sala que ele. Percy estava tão distraído em tentar se esconder que não via o que acontecia à sua volta? Bem, esse fato iria mudar a partir daquele instante.

***

— Nico.

— Hm.

— É hora de acordar.

Nico resmungou e se aconchegou mais debaixo dos cobertores. Ele estava tão cansado que sentia que precisaria de uma semana inteira para se recuperar. 

Ele se remexeu de novo, prestes a colocar o cobertor sobre a cabeça quando sentiu braços fortes rodearem sua cintura, entretanto, o que o fez abrir os olhos foi o beijo em seu pescoço, naquele lugarzinho perto da nuca que agora o fazia reagir mais intensamente do que ele achava que deveria. Era tudo culpa de Percy, culpa da forma que Percy havia o tocado na noite anterior e de todas aquelas palavras. 

Deuses! O que ele tinha feito? Nico tinha realmente dito tudo aquilo para Percy? Nico não acreditava nisso! Ele se sentou em um pulo e olhou ao redor. Ele ainda estava em seu quarto, e Percy? Bem, o idiota ainda estava a seu lado, encostado contra a cabeceira da cama e com um sorriso tão satisfeito no rosto que isso o fazia se perguntar: Será que ele tinha dito algo que não se lembrava na noite anterior?

— Então, você gosta de apanhar? 

— Percy!

— Pensei que eu fosse o único que você permitisse te fu--

— Não se atreva! — Nico admitia que estava entrando em pânico. 

— Eu me pergunto onde está o garoto que queria ir devagar, hmm?

Em outro pulo, Nico se jogou em cima de Percy e tampou a boca dele com as mãos.

— Retiro tudo o que eu disse. Tudo!

Percy lambeu sua mão e continuou sorrindo para ele até que Nico se deu por vencido, deixando que Percy falasse:

— É uma pena. A gente podia se divertir tanto… 

— Eu… eu não sei. — Nico teve que desviar o olhar, talvez ele não quisesse retirar nada, por mais humilhante que fosse.

— Bebê. Vem aqui.

Nico foi, é claro. 

Percy o segurou pela cintura e o fez se deitar sobre o peito dele, uma das mãos de Percy indo a seus cabelos imediatamente. Nico não entendia porque aquele gesto o acalmava tanto ou porque esse sentimento de ternura o fazia querer contar tudo o que não tinha dito na noite anterior. É que… ele se sentia condicionado a nunca mentir para Percy, e ele já havia dito tanto… Nico queria ter uma máquina do tempo para se certificar que nada daquilo tivesse acontecido, porque só assim teria certeza que nada entre eles mudaria.

— Eu sinto muito.

— Nico.

— Eu não devia ter ido embora. Mas quando você me disse para conhecer outras pessoas, pensei que… pensei que a gente nunca teria uma chance. Então, por que ficar esperando por algo que nunca vai acontecer?

— Está tudo bem. É minha culpa.

— Não quero saber de quem é a culpa. Quero que você diga que me perdoa e que no futuro isso não vai afetar as coisas.

— Eu te perdoo e isso não vai mudar nada.

Nico sabia que Percy falava isso apenas porque ele havia pedido, mas mesmo assim, o nó em seu estômago parecia se afrouxar.

— Promete?

— Eu prometo.

Nico se afastou o suficiente para poder olhar no rosto de Percy e o tocou ali suavemente, acariciando os lados do pescoço dele.

— Você sabe que eu te amo, não sabe? De verdade? — Nico se forçou a dizer, vendo um sorriso pequeno aparecer nos lábios de Percy.

— Por que essas declarações agora?

— Eu percebi… pensei que gostava de você porque você foi o meu primeiro amigo. Mas quando eu estava na Itália, parecia que algo estava faltando. Tentei encontrar isso em outras pessoas, sabe?

— O que você estava procurando? — Foi quando Percy tocou em seus ombros, tentando consolá-lo.

Ahg, ele não conseguia olhar para Percy quando Percy agia de forma tão gentil.

— Eu não sei! — Era uma mentira, é claro. E Percy sabia disso. — É difícil expressar o quanto você significa pra mim. Então, quando eu não te conto as coisas é porque eu não consigo, não porque eu não quero.

— Eu sei disso. Mas eu preciso que você me diga. Preciso que você me dê permissão. — Então, Percy tocou em sua nuca, puxando sua cabeça para cima, o fazendo encará-lo. E ainda assim, quando Nico se negou e manteve os olhos fechados, Percy insistiu: — Lindo. Olhe para mim.

Nico fez, ele fez porque era impossível resistir quando Percy falava com ele naquele tom firme e ao mesmo tempo tranquilizador.

— Eu entendo. Você não precisa se forçar. 

— Eu sinto muito.

— Não, Nico. Não é sua culpa.

— Não quero te preocupar.

Porque essa era a verdade. Ele sempre gostou de passar pela vida quieto e despercebido, só que Percy o anotou e não o largou desde então. Não importava quanto tempo passasse, nunca se acostumaria com a atenção que Percy lhe dava e mesmo depois de uma década, era estranho, era como se ele estivesse em um sonho e a qualquer momento iria acordar, percebendo que Percy tinha sido sua imaginação lhe pregando peças.

— Isso não vai se repetir.

— O quê? — Nico perguntou, sem entender.

— Não vou te obrigar. Apenas… me diga se você precisar. Qualquer coisa.

— Qualquer coisa?

— É claro.

— Então diz que me ama.

— Eu te amo.

— De novo.

— Eu te amo.

— De novo.

— Nico. — Percy sorriu e o beijou, o interrompendo. — O que está acontecendo? É sobre a noite passada?

— Não é nada.

— Prometo que não vou fazer aquilo novamente.

— Aquilo…?

— Eu não vou ser… tão intenso ou… você sabe.

Por que ele sentia que seu rosto estava esquentando? E já que esse era o caso…

— Por que não?

Esse era o momento que Nico mais temia. Percy ficou em silêncio e o encarou por longos segundos, sem lhe dar escolha se não encará-lo de volta. Ele temia tanto esses silêncios porque esse era o momento em que ele não conseguia mentir, e se ele não pudesse falar, não teria como desviar a atenção para longe da verdade. 

Sim, essa era a realidade, não importava o quanto ele tentasse dissimular, Percy sempre saberia de tudo no final.

— Tudo isso é por vergonha? A humilhação é demais para você? Ou é porque você gosta da sensação?

Nico não sabia como Percy conseguia falar tudo isso de forma tão séria e compenetrada. Bem, Percy estava mais certo do que imaginava. Entretanto, quando Nico ficava nervoso esses sentimentos saíam apenas de duas formas, lágrimas de ansiedade ou de risada. Então, imagina a cena onde ele começou a rir do nada enquanto Percy continuava sério e todo austero.

— Você acha que eu sou uma piada? — Percy disse e estufou o peito, fingindo estar ofendido.

— Eu nunca acharia isso.

— Eu te amo. — Então, Percy o abraçou forte e acariciou suas costas. — Não importa o que seja essa coisa entre a gente, vamos superar juntos.

Era o que Nico esperava.

-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Então, como foi? Infelizmente vou ter que dar uma pausa para descansar e volto em agosto. Se eu conseguir escrever algo legal, volto antes. Até mais!

More Posts from Auroraescritora and Others

7 months ago

Every Time Annabeth is Mean to Percy in the Riordanverse

This is something that I’ve been considering writing for a while but didn’t particularly want to put the work into until I was rereading The Titan’s Curse and came across a very specific line that went “She punched me in the gut.” I was so consumed with rage that I immediately began to reread the whole series and marked down every single instance that Annabeth was a dick to Percy. 

One thing to note is that I’ve marked down every instance of Annabeth calling Percy “seaweed brain” as being mean. Friendly reminder that her nickname for Percy means “stupid” and has always meant stupid and will always mean stupid and that just because he’s used to it by now, doesn’t make it okay. 

On that note, this also turned into me writing down every time someone other than Annabeth insults Percy’s intelligence just because I was curious.

Without further ado, I present to you, The Lightning Thief.

(Alternating colors for easier reading)

TLT (pg 57) -  [interrogation of Percy]   The girl with curly blond hair hovered over me, smirking as she scraped drips off my chin with the spoon. [ … ] Somebody knocked on the door, and the girl quickly filled my mouth with pudding.

TLT (pg 64) - [describing Annabeth’s eyes] but intimidating, too, as if she were analyzing the best way to take me down in a fight. 

TLT (pg 64) - “You drool when you sleep.”

TLT (pg 83) - When we reached her, she looked me over critically, like she was still thinking about how much I drooled. 

TLT (pg 85) - She saw me looking, and her expression hardened again.

TLT (pg 85-86) - She grabbed my wrist and dragged me outside. I could hear the kids of cabin eleven laughing behind me. When we were a few feet away, Annabeth said, “Jackson, you have to do better than that.” [ … ] She rolled her eyes and mumbled under her breath, “I can’t believe I thought you were the one.” 

TLT (pg 86) - [Percy is annoyed] “Don’t talk like that!” Annabeth told me. “You know how many kids at this camp wish they’d had your chance?” 

TLT (pg 89) - [Clarisse is hazing Percy] Annabeth looked pained, but she did stay out of it. 

TLT (pg 90) - [Clarisse is hazing Percy] Annabeth stood in the corner, watching through her fingers. 

TLT (pg 92) - Annabeth stared at me. I couldn’t tell whether she was just grossed out or angry at me for dousing her.

TLT (pg 93) - “I’ve got training to do,” Annabeth said flatly. “Dinner’s at seven-thirty. Just follow your cabin to the mess hall.” [Percy apologizes] “Whatever.” 

TLT (pg 123) - [Annabeth sets Percy up to be bait for Clarisse, Percy confronts her] Annabeth shrugged. “I told you. Athena always, always has a plan.” 

TLT (pg 128) - Annabeth still taught me Greek in the mornings, but she seemed distracted. Every time I said something, she scowled at me, as if I’d just poked her between the eyes. 

TLT (pg 147) - [Annabeth has volunteered for the quest] “I’ve been waiting a long time for a quest, seaweed brain,” she said. “Athena is no fan of Poseidon, but if you’re going to save the world, I’m the best person to keep you from messing up.” 

TLT (pg 157) - [Percy is being optimistic] She gave me an irritated look. “It’s bad luck to talk that way, seaweed brain.” [Percy asks why Annabeth hates him] “I don’t hate you. [Percy disagrees] “Look…we’re just not supposed to get along, okay? Our parents are rivals.” 

TLT (pg 169) - She was silent for a few more steps. “It’s just that if you died…aside from the fact that it would really suck for you, it would mean the quest was over. This may be my only chance to see the real world.” 

TLT (pg 173) - [Percy lies to Medusa] “Your head is full of kelp.” 

TLT (pg 185) - [Percy doesn’t know the myths] Annabeth flashed me an irritated look. [explanation of the myth] Annabeth straightened. In a bad imitation of my voice she said: “It’s just a photo, Annabeth. What’s the harm?” 

TLT (pg 194) - [Annabeth wakes Percy after a nightmare] “Well,” Annabeth said, “the zombie lives.” 

TLT (pg 217) - [After Percy jumps off the Gateway Arch] Annabeth stood beside him, trying to look angry, but even she seemed relieved to see me. “We can’t leave you alone for five minutes! What happened?” 

TLT (pg 234) - [Percy asking Annabeth to go with him to get Ares’ shield] “Are you kidding?” She looked at me as if I’d just dropped from the moon. [ … ] “Me, go with you to the…the ‘Thrill Ride of Love’? How embarrassing is that? What if somebody saw me?” 

TLT (pg 234) - [Percy picks up Aphrodite’s scarf] Annabeth ripped it out of my hand and stuffed it in her pocket. “Oh no you don’t. Stay away from that love magic.” [ … ] “Just get the shield, seaweed brain.” 

TLT (pg 239) - [Percy has a plan] “Are you crazy?” 

TLT (pg 244) - [Percy backtalking Ares] Annabeth said, “That was not smart, Percy.” 

TLT (pg 251) - [Discussing what side they’ll pick] “Because you’re my friend, seaweed brain. Anymore stupid questions?” 

TLT (pg 257) - [Grover can only bless wild animals] “So it would only work on Percy,” Annabeth reasoned.

TLT (pg 263) - [Percy trying to get Annabeth’s attention at the Lotus Hotel] She looked up, annoyed. “What?” [ … ] “Hey!” She screamed and hit me, but nobody else even bothered looking at us. 

TLT (pg 282) - [Percy saves Grover and Annabeth from Crusty] “Be faster next time.” 

TLT (pg 370) - [Percy wakes up after almost dying] “You idiot,” Annabeth said.

TLT (pg 374) - She pursed her lips. “You won’t try anything stupid during the school year, will you? At least…not without sending me an Iris-Message?” 

TLT (pg 374) “Take care, seaweed brain.” 

TLT total number of times Percy is called stupid: 10 

TLT number of times Annabeth calls Percy stupid: 7

TLT number of times others call Percy stupid: Gabe (1). Grover (1). Thalia (1). 

Every day, I’ll reblog this post with the next book so keep an eye out for that.

1 year ago

THERE'S NO PLACE LIKE HOME - PERCY/NICO AU HIGH SCHOOL - CHAPTER I

Hi, how are you? This is the English version of "NÃO HÁ LUGAR COMO O LAR - PERCY/NICO AU COLEGIAL ". I usually write in Portuguese, but as I saw a lot of people who read in other languages, I decided to write this one in English too. Admittedly, I used Google and corrected what I could. I hope this is an acceptable translation, even if my writing is a bit rusty in English.

Now, for those who don't know what the story is about, here's an improvised summary: Nico is returning from Italy after spending two years there and meets Percy, the best friend he left behind, but who kept in touch in that time away. The rest develops from this reunion, and very quickly! In this story I will try to be more direct.

Thanks for the support! And good reading.

"Look who's back! The Italian boy.” Nico just had time to turn around before he was pressed against broad shoulders and strong arms that hugged him so tightly they lifted him into the air, knocking him out of breath and sending his books and bag tumbling to the floor, the door of his school locker being slammed with a loud bang.

“Perseus Jackson!”

"Only my mother calls me that."

But Percy was laughing, twirling him around in the air as people around him stared at them. Well, there was a good reason. They were right in the middle of the hallway where there were several lockers, leading to the entrance of the classrooms. Nico couldn't resist, he wrapped his arms around Percy's neck and hugged him as tight as Percy had did, burying his face against Percy's neck.

"I missed you.”

"I missed you too." Nico muttered back and pulled away, finally getting to see Percy's face.

Eyes as green as he remembered, nose straight and upturned, thin lips and wide in a pretty smile. What had changed was Percy’s height, nearly seven feet tall, and all those muscles. Where he remembered a shy and a little sad boy had turned into this... this happy and full of life man. Confident. Although he could still see the kindness and friendship that they used to have, this thing between them… having to deal with those feelings so openly still was something new. He couldn't help but compare himself to the past, where he was too young and Percy was... Percy was Percy, opening the door to his home to a sad, lonely little boy.

"Two years, huh? I thought you were never coming back."

“Hm.”

"Let me see you better." It wasn't like Percy had never seen him up close or every day for those two years on video calls. Nico had forgotten how intense Percy could be, full of touches and smiles.

Percy brought one of his hands to his face and brushed his hair back, exposing his face completely. And him? Well, Nico just stared back at Percy, as focused on the boy as Percy was on him. The truth is that all the calls and video calls didn't compare to what reality showed him, making him question what had happened to make him run away from Percy, from those gestures that felt so… so affectionate and so attentive. How dare he do this to them? Leaving the person he loved most behind? He was the most cowardly person in the whole world.

"Um... Percy? Put me down, yeah?” Nico did his best to stay serious.

"Why?”

"Don’t you have shame?”

"Have I?

Then, Percy smiled even more and finally put him on the ground to then loosen his grip on his face and waist, not pulling away completely, but leaning a little over him, as if there was something in his face that Percy needed to see more closely.

"How have you been? Why didn't you tell me you were coming back this week?”

"Why? Would you pick me up at the airport?”

“Of course, my friends deserve the best.”

“And what would that be?”

“Me, of course.”

Nico swore he was trying to be serious. The way things were going, Percy wanted something more and at the moment he wasn't ready. But it was no use, Nico grabbed Percy's shoulders and laughed; he thought it was one of the worst lines he had ever heard.

"Hey, don't laugh in my face. I'm a nice guy.”

“And very humble, too.”

"Very.” Percy said and finally released him, leaning against his side in front of the lockers, making Nico sigh in relief and picking up his things from the floor, putting them in the locker.

Sometimes Percy was a little too much for him; that was what Nico had discovered over the years in the thousands of conversations they'd had in that time. He didn't know when Percy had changed from the introverted boy to this bubbly person, but he liked it. And hated it at the same time, making his stomach flutter with anxiousness.

"Now really, how have things been?"

“You know, the same." Nico shrugged and closed the closet, taking out the books he would use that day, putting them in his bag. “Bianca came with me.”

"College?” Percy asked. “And you?”

Nico shrugged once more and leaned back against Percy's side, facing him closely again, looking at him through his lashes, trying not to show how he really felt. He didn't think he'd ever would get used to his friend's good looks, now doubled as the smooth features of adolescence gave way to defined muscles and an angular, strong face, the crooked smile, the intense gaze, the confident attitude... and... well, all of that. And much more.

"What about it?"

"What brings you back?"

“I missed home.” Nico nodded to himself. “For a while I thought it was Verona, but… I kept wondering what’s going on around here.”

"So, you decided to come back?”

“Why not? I'm turning eighteen in a few months. I wanted to use this last year and see the guys again.

Well… he wanted to see a few people again and one of them was right in front of him, looking at him as if he wanted to… as if Percy wanted to see what was inside his mind. And as it used to happen, he was the first to lose in this little game to see who looked away first.

“So… did you miss it and came to stay or…”

“I'm here to stay. Hades will come later.”

"I’m glad.” Percy said, still smiling, something more sincere and cute, like he got tired of flirting. "Maybe we can see each other later. Wanna eat something?”

"Later when?”

"Today. After basketball practice. Want to see me play?”

"Oh no! That's what I was afraid of! The high school cliché!” But he was laughing, and Percy was laughing along with him, reminding him of old times.

“You know, you can't talk about me. You were all cute and shy and you came back looking like you stepped out of an eighty’s movie. Leather jacket, ripped pants and that… is it eyeliner?” Percy approached him once more and gently cupped his chin, just another excuse to touch him, of that Nico was sure; not that he was complaining. Percy could do that and much more. “You're the perfect good boy gone bad.”

“I'm still a good boy.”

That made Percy stop for a moment, still with his hands on Nico's face, and stare at him for a long time only for a crooked smile to appear along with dimples.

"Is that so? How much of a good boy are you?”

"I don't think you'll ever find out."

One more silence and one more look that in the past would send him running for cover faster than a rocket. However, that Nico had been left behind along with his innocence.

“Hm.” Was all Percy said for a few moments, and Nico swore he was moving closer towards his face when the bell rang, interrupting them.

"Right.” Nico cleared his throat, straightening his spine and looking around. “I think I have to go.

“What's your first class?”

" English class. I need to stop by the secretary first.”

" I'll go with you.

Nico didn't even try to deny it, he had missed Percy so much that stretching things a little further wouldn't hurt. He pushed himself away from the locker and, again, something he didn't expect happened. Percy took the backpack from his shoulder, carrying it for him and with the other hand, intertwined their fingers together, pulling him smoothly through the almost empty corridor towards the administration of the school.

***

It was strange to be there after so long. The cream-colored walls were still the same, there were the same blue benches and black tables, the same wide hallways and the same cafeteria, painted the same pastel color. He even managed to recognize some familiar faces among the younger ones. It was a dejavu, except that now he saw things from above, in a distant, almost displaced perspective, where before his days were permeated by anxiety and uncertainty, now everything seemed easier and colorless, even if a little painful, but unimportant and maybe even comfortable. Maybe it was because Percy was still holding his hand, talking to the same secretary as two years ago, a woman in her fifties, always smiling and helpful.

In the end, it didn't take long for him to get his admissions papers that he would need to show his professors.

“So, English class? Double? I also have it. Let me see your schedule.”

Nico shrugged and took his class schedule out of his bag. He watched Percy take the paper from his hands, frown in concentration and hand the paper back to him, "We have most of our classes together. “Are you in the arts and music clubs? I'm into the music too. Guitar classes.”

“Seemed to be the easiest.”

"I bet.”

"Shut up.” Nico shoved Percy by the shoulders and walked out of the office. Few people knew that he had a knack for creative things and maybe he played something for Percy over the years. Well, that was none of other people's business.

“Nico, the classes have changed! We are using the auditoriums.”

"Of course.” Nico rolled his eyes and this time he wasn't even surprised when Percy reached out and touched his shoulder, his big hands sliding down his back to his waist, gently guiding him in the right direction. In fact, he didn't remember this school having an auditorium, so he let himself be guided by Percy, a warm and comfortable presence at his side.

***

When they arrived at the auditorium, the class had already started. Professor Johnson wasn't the type to mind being late if the class wasn't disrupted, that’s why Percy stood at the main entrance to the room, away from the teacher's gaze, preferring to watch Nico go down to the podium where the teacher was and deliver the paper for her to sign.

What could Percy say? Nico was a much more interesting sight at that moment, long legs covered by tight jeans, perky ass, small waist, broad shoulders, deep-set black eyes and a small mouth that always seemed to be bitten and reddened, skin tanned, looking so soft that he couldn't resist the urge to touch him as soon as he could, just to test the theory. He admitted it, he was going too fast, but two years was enough time to know if you liked someone, wasn't it? Not counting the seven years before that. Perhaps he should have gone to Italy with Nico when Hades offered, always generous even if absent most of the time.

He was snapped out of his reverie when Nico finished talking to the teacher and walked towards him, carefree and slow, as if he had all the time in the world, parading around in his punk clothes and unpretentious attitude. Why avoid something he knew would happen sooner or later? If Percy could, he would kiss Nico then and there, to end this torture that had gone on for so many years. But he could control himself, if he had waited two years, he could wait a few more days.

"All went well?”

Nico just nodded and took his hand, leading him towards the middle of the auditorium where they could get a good view of the teacher and hear what she was talking about. Percy didn't even have time to appreciate Nico taking the initiative and touching him of his own free will, although he felt he should be more concerned with the reaction of the people around them, the indiscreet stares and murmurs buzzing in his ear; he didn't exactly date boys in public, especially since Annabeth was always around to make everyone think he was with her. It was what it was, he just hoped he didn't have to punch some faces. Because he would, and gladly.

“Per?” He heard someone call him and there was only one person who still called him that. "What chapter are we in?"

"Seven.”

"Thanks.” Nico muttered more quietly than before and began to read, completely focused on the book and what the teacher was saying. Percy was left to wonder how anyone could be so cute. So lovely. Watching a small crease appear between Nico's brows, his lips set into a frustrated pout until he seemed to find what he was looking for in the book, relaxing against the seat and settling down to jot down quick notes as the teacher discussed the matter.

Then a noise came from the row of chairs above his, someone tapping him on the shoulder. He turned around and there was Grover, his oldest childhood friend.

"Who's the new kid?"

“Nico.”

“That quiet, sad boy Sally had practically adopted?' Your Italian boy? Now I understand the obsession.”

"Dude!” Percy whispered furiously. He wasn't that obsessed…was he? Percy looked to the side, just to make sure Nico hadn't heard, seeing that the boy was still focused on the class and turned back to Grover: “We'll talk later.”

"As you wish, don Juan."

"Whatever.”

Percy faced forward, leaned over Nico, seeing where they were in the book, and ignored everything else. When Nico pushed the book toward him so the two of them could read, Percy didn't hesitate. He put his arm around Nico's shoulder, put their heads together and began to read. Maybe be if he could concentrate, the little voice in the back of his mind would stop reminding him that this would lead to more trouble than he was willing to deal with.

-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

I hope you liked it. Updates always in Fridays or early if a have the time.

Thanks again!


Tags
1 year ago

NÃO HÁ LUGAR COMO O LAR - PERCY/NICO AU COLEGIAL - CAPÍTULO XVI

Oii, como vai? Estamos tendo alguns dias de produtividade, não? O capítulo ia sair antes, por causa do feriado me permiti descansar. Eu definitivamente desisto de ter um cronograma de postagem, mas vou tentar atualizar toda semana. Então, é só passar aqui uma vez por semana, na sexta, porque se eu postar algo vai estar pronto na sexta até as 12h. E tipo, considerem os textos por aqui como rascunhos iniciais, ok? Ainda estou na minha fase criativa e eu amo colocor sub-plots e outras coisas no meio do enredo principal. Se eu seguisse meu planejamento original eu já teria terminado a história. Então, vamos relaxar e nos divertir. Obrigada pela presença!

Avisos: Aspectos mentais (Aqui teremos algumas conversas sobre esses assuntos)

Capítulos anteriores: CAPÍTULO I / CAPÍTULO II / CAPÍTULO III / CAPÍTULO IV / CAPÍTULO V / CAPÍTULO VI / CAPÍTULO VII / CAPÍTULO VIII / CAPÍTULO IX / CAPÍTULO X / CAPÍTULO XI / CAPÍTULO XII / CAPÍTULO XIII / CAPÍTULO XIV / CAPÍTULO XV

Nico colocou a caneta na última página em que havia escrito e repousou o diário ao lado de seu travesseiro, se espreguiçando. Ele tinha escrito mais do que pretendia. Bem, Percy teria uma pequena surpresa quando lesse. Mas no fim, Percy estava certo, escrever tinha tirado a pressão em seus ombros que Nico nem sabia estar lá. Foi um momento mágico, ao colocar seus pensamentos no papel, sua mente ficou leve e vazia, como se contasse o que o incomodava para alguém que não o julgaria e não tentaria dar ‘conselhos’ que ele não havia pedido.

Cansado de esperar, Nico deitou na cama e colocou a cabeça no travesseiro. O que Percy fazia para demorar tanto? Quando menos viu, tinha fechado os olhos, os abrindo novamente para sentir algo macio deslizar por seu corpo. Era uma toalha úmida e morna que Percy segurava. Nico piscou lentamente e então a figura de Percy se fez presente, cabelos molhados e peito desnudo, vestindo apenas uma tolha enquanto limpava seu corpo com delicadeza.

— Quer tomar um banho? — Percy murmurou, se aproximando mais dele, o fazendo se sentar contra o batente da cama. — Enchi a banheira pra você.

— Pode ser. — Ele deu de ombros, parecia uma boa ideia. Nico raramente via motivos para usar a banheira.

Assim, Percy o segurou pela mão e o guiou para o banheiro, perguntando: 

— Como você se sente?

Ele não sabia. Um leve ardor que pulsava dentro dele, talvez? Um cansaço muscular e mental? Um relaxamento que nunca havia sentindo antes? Era tudo isso junto e mais. No geral? Nico se sentia bem, ou tão bem o quanto seria possível, parecido com quando ele ainda não tinha fugido para a Itália, talvez até melhor, agora que ele não precisava esconder o que sentia.

— Estou bem. — Nico deu de ombro novamente.

— Você se lembra das nossas regras?

Infelizmente, Nico lembrava. Percy devia estar se referindo a sempre ser sincero.

— Eu não sei. — Nico disse, tentando ser o mais sincero que podia. — É tudo muito novo para eu ter uma opinião formada.

— Nico. 

Ele parou e encarou Percy que agora tinha os braços cruzados.

— Você tem que parar com isso. Não me diga o que eu quero ouvir.

— O que você quer que eu fale?

— O que você está sentindo. Algo doí? Você precisa de alguma coisa?

— Por que você está sempre me questionando?

— Porque você sempre está tentando me agradar.

— Qual o problema nisso?

Ele olhou para Percy e Percy olhou para ele parecendo que iria explodir. Mas nada disso aconteceu. Percy respirou fundo, fechou os olhos por um momento e quando voltou a abri-los, uma aura de calmaria se fez presente. Era um daqueles momentos onde Nico sabia que não iria ganhar, não importava o que ele fizesse. Então, deixou que Percy o guiasse até a banheira e o ensaboasse devagar e sem pressa.

— Você não vê o problema nisso? Mesmo? — Percy perguntou distraído, suas mãos deslizando para baixo, entre as pernas de Nico.

— As coisas sempre foram assim.

— É por isso que eu não fui atrás de você.

— Acho que não entendo.

— Descobri que eu… não consigo me controlar perto de você. Eu fiz você agir desse jeito. Te coloquei nessa caixinha perfeita e inquebrável. Ninguém devia viver assim, conforme os desejos de outra pessoa.

— Não é verdade, eu sempre fui assim.

— Será que é mesmo? Precisou que você fosse para longe e de cinco anos para dizer todas essas coisas para mim. Se você não se sentia confortável em me dizer o que você sentia antes, o que isso quer dizer?

Nico voltou a encarar Percy que tinha um olhar distante e percebeu que isso incomodava Percy mais do que ele pensava.

— Eu não gosto de brigar. Prefiro que as coisas fiquem assim.

— Assim, como?

— Sem conflito e sem drama. Não quero ter que pensar em cada passo do caminho. Eu só quero ficar com você e… te satisfazer. Não é o suficiente?

— Eu não posso fazer isso. — Então, Percy segurou em seu rosto e deslizou os dedos para sua nuca, a massageando devagar e o fazendo relaxar ainda mais. — Como posso ter certeza que não estou te machucando ou te impedindo de fazer outras coisas?

— Essa é a questão, não é? Você se sente culpado de quer as mesmas coisas que eu.

— Nico, não me torture.

— Eu não estou. —  Quer dizer, ele achava que não estava. — Quando eu não quiser mais… essa coisa que a gente tem, você vai saber. 

— Como?

— Eu vou querer fugir. Não como aconteceu hoje. Com vontade, como se minha vida dependesse disso.

— Nico!

— Sabe, quando as pessoas tentam se aproximar de mim eu costumo me sentir sufocado. Mas quando é com você eu só me sinto livre e seguro, mesmo que eu sinta medo.

Nico achava que estava enlouquecendo, parecendo um lunático a beira do precipício. Mas era a pura verdade, o que ele buscou em todas aquelas faces, não foi a beleza ou os olhos verdes profundos, não, sempre foi aquele sentimento de segurança e estabilidade, o conforto que os braços de Percy sempre lhe deram. Pois essas coisas eram difíceis de emular; se somente ele pudesse ter encontrado isso em outro lugar, Nico não se sentiria tão controlado e condicionado a fazer aquelas coisas que Percy tanto criticava, mesmo que Percy nunca tivesse pedido por elas. No fim, ele entendia o que Percy estava tentando implicar; as coisas só ficariam piores dali para a frente e eles provavelmente continuariam nesse jogo de gato e rato por um longo tempo até que ele se rendesse. O que Nico podia fazer se Percy era o único que o fazia se sentir assim, tão livre e preso ao mesmo tempo?

— Nico. — Agora a voz de Percy soou toda rouca e firme.

Opps. Ele olhou para baixo e viu que sua mão estava no colo de Percy, em cima da tolha, mas em um lugarzinho bem estratégico.

— Por que você não pode me dizer o que te incomoda?

Ele negou, não estava pronto para dizer o que realmente pensava para Percy. Embora ele soubesse, Percy sentia algo similar ou pior. Nico viu o quanto Percy tentou superá-lo com outras pessoas, antes e depois dele ir para a Itália. Então, no fundo, discutir era inútil. Eles precisavam de um consenso.

— Isso não vai levar a nada. Eu sugiro uma trégua. — Nico disse ao invés de se explicar.

— Trégua? Isso não é uma guerra.

— Então, por que tudo o que a gente faz é brigar e transar? Eu prefiro muito mais só transar.

Isso tirou um sorrisinho no canto dos lábios de Percy.

— O que você sugere?

— Eu vou… confiar em você e fazer tudo o que você me pedir se você parar de me questionar.

Agora, Percy só parecia triste.

— Não quero que você se sinta mal e acuado. Eu só me preocupo. Eu quero que você seja a sua melhor versão possível.

— E se eu só quiser ser o Nico que quer ficar com o Percy e não ter que discutir?

— Tudo bem. A gente pode fazer do seu jeito. Você tem que me prometer que se não estiver funcionando, você vai me contar.

— Eu prometo.

Tudo o que Nico podia fazer era esperar pelo melhor e tentar manter sua parte do acordo.

***

Quando eles acordaram de novo, o sol estava alto no céu, a manhã já dando lugar para a tarde numa temperatura mais amena. Eles ainda estavam na cama, sua cabeça no ombro de Percy e os braços de Percy em volta de sua cintura. Finalmente o silêncio durava mais do que cinco minutos. Eles não precisavam fazer nada ou estar em nenhum outro lugar que não fosse ali, onde eles tinham decido estar.

— Com fome? — Nico escutou Percy dizer bem baixinho, com a voz rouca de sono.

— Não.

— Nenhum pouquinho? Daqui a pouco Sally vai vir aqui, para ver se a gente ainda está vivo.

Isso seria engraçado. Nico até podia imaginar, Sally abrindo a porta e os pegando na cama assim, pelados e abraçados. Seria ótimo mesmo. 

Com esse pensamento o assombrando, Nico se desgrudou de Percy e se sentou na cama, se sentindo levemente zonzo, porém contente, se espreguiçando até cair para trás, fechando os olhos. Talvez ele precisasse comer alguma coisa. Quando tinha sido a última vez? Ele se quer tinha comido algo na festa ou tinha apenas bebido?

— Cansado?

Nico suspirou e se deu por vencido, sabendo que sua paz estava prestes a acabar. Ele ficou de lado na cama e encarou Percy que não parecia nenhum pouco contente.

— Não muito.

— Sabe, acho que a gente devia criar um sistema.

— Eu acho que--

— Cada vez que você mentir para mim você será castigado.

— Você disse que não iria duvidar de mim!

— Não é uma dúvida quando eu sei a verdade, quando eu te vejo mentindo para mim.

— O que você quer que eu faça!

— Diga a verdade ou não diga nada.

— Oh.

— Você vai passar o resto da vida calado para me agradar?

Essa era uma boa pergunta. Era difícil voltar para a escuridão quando se via tanta luz.

— Isso não tem graça. — Ele murmurou, sentindo algo dentro do peito se alastrar.

— Não tem mesmo. Imagina o que eu sinto vendo vejo você se rebaixar, sendo menos do que você poderia ser.

— Eu não faço isso sempre.

— Não?

— Só com você.

Então, Nico observou Percy estender o braço e tocar em seu rosto numa leve carícia.

— Eu odeio o que eu fiz com você, o que seu pai fez. 

— Você não fez nada. — Já seu pai, era outra conversa.

— Eu te moldei nessa pessoa perfeita que tem medo de ofender qualquer um. 

— Isso não é verdade! Eu… 

— Quero que você grite se você quiser. Quero que você me bata, que me xingue se tiver vontade. Que se revolte. Que exija. Eu nunca mais quero te ver tão magoado.

Talvez Percy tenha razão. Mas ele tinha mesmo que fazer essas coisas? Não era algo que ele se via fazendo.

— Não me entenda mal. Você não precisa. Mas se você quiser ou um dia fizer essas coisas, está tudo bem e é completamente normal.

— Normal? Como fazer essas coisas pode ser normal?

— Deuses. — Percy o abraçou com mais força e encostou a cabeça em seu ombro. — Você não tem que ser perfeito. Você entende isso?

Mas se ele não for perfeito, ninguém vai gostar dele. Como Nico não poderia ser o que ele já era?

— Está tudo bem. — Percy disse, mas Nico tinha a impressão que Percy falava isso para si mesmo.

No fim, Nico preferiu ficar calado. O que ele tinha a dizer não faria diferença nenhuma, e talvez Percy tenha razão. Se ele não tinha nada de bom para dizer é melhor ficar calado.

***

— Deuses, o que Percy fez com você?! 

Assim que desceram as escadas, Sally os recebeu com um sorriso amoroso e abraços apertados. Isso é, foi o que aconteceu até Sally ver o hematoma no pescoço de Nico; hematoma esse que era, na verdade, um chupão bem colocado. 

— Mãe, você está exagerando.

Nico, coitadinho, olhou entre eles, tentando entender o que acontecia. E Percy como um bom samaritano, o ajudou a entender. Como quem não quer nada, Percy levou a mão até o pescoço de Nico e Nico gemeu. Agora se era de dor, surpresa ou prazer, era difícil distinguir. Fosse o que fosse, aquilo fez seu coração disparar e outra coisa acordar.

— Oh. — Nico então disse, levando a mão está ao próprio pescoço. — Eu não percebi. Está muito feio?

— Eu não diria feio.

Ele ouviu risadas atrás dele, mas preferiu se concentrar em Nico que fazia um biquinho fofo e pegava o celular do bolso, se olhando no reflexo da tela.

— Percy! O que você estava tentando fazer? Arrancar um pedaço?

— Você não foi o único. — Percy abriu os dois primeiros botões de sua camisa e mostrou seu conjunto de marcas, unhas pequenas e o formato de dentes que desciam até desaparecer dentro de sua camisa.

— Eu… eu não fiz isso! Fiz?

— E muito mais. 

Percy não se aguentou, ele riu e puxou Nico para um abraço, beijando seu rosto. Mas tudo parecia estar bem, porque assim que Percy o abraçou, Nico derreteu contra seu ombro, o abraçando de volta.

— Esta tudo bem. Você pode me morder o quanto quiser, eu gosto. — E pelo jeito que as coisas iam, Nico gostava também.

Percy ouviu um pigarro e se virou para ver Sally, nenhum pouco feliz com a demonstração de… afeto.

— Percy Jackson! Não é assim que se trata as pessoas.

— Foi algo mutuo. E se você quer saber, Nico que começou. Pode perguntar para Annabeth, ele foi a primeira a ver. Ta vendo aqui? Foi o primeiro. — E bem perto de sua nuca, onde o cabelo começava a crescer longo, estava uma marca que começava a sumir.

Nico escondeu o rosto em seu ombro e Sally cruzou os braços. E antes que outra onde de reclamações chegassem, Percy se apressou:

— Permissão para chupões? — Nico acenou que sim, muito encabulado para enfrente a sala cheia de testemunhas, o que não impediu os xingamentos e protestos.

— É o suficiente. — Sally levantou uma de suas mãos, as levando ao rosto, e se virou para Nico, o fazendo levantar o rosto. — Está tudo bem, querido? Como estava a festa? Melhor que nos velhos, tempos, não?

Imediatamente, Percy viu que tinha algo errado. De repente, Nico abriu a boca, prestes a falar alguma coisa e então, a fechou, se encolhendo contra seus braços. O pior foi ver Nico levantando a cabeça e olhando para ele, como se esperasse a permissão de Percy para alguma coisa, mantendo os lábios selados com força. Ele ouviu outro pigarro e percebeu que todos estavam esperando que Nico respondesse. Grover, Tyson e Sally, todos estranhando o comportamento de Nico.

Restou a Percy sorrir e guiar Nico para a sala de estar e sentar com ele no sofá.

— O que está acontecendo, hm?

Mas tudo o que Nico fez foi negar e olhar para o próprio colo, se recusando a encará-lo. 

— Por favor.

Isso fez Nico olhar entre os silhos para ele e respirar fundo: — Eu pensei sobre o que você disse ontem a noite. 

— Sobre não mentir?

— Sobre ficar calado.

Algo no peito de Percy se apertou naquele instante, e torcendo para que não fosse o que ele pensava, perguntou: — Por que você ficaria calado?

— Você disse que se fosse para eu mentir, eu devia ficar calado, E já eu não tenho nada de importante para dizer, vou fazer o que você pediu.

Percy achava que tinha parado de respirar. Ele não estava falando serio! Quem é que iria seguir uma ordem tão ridícula. Ele só queria fazer Nico responder de qualquer forma que não fosse aceitar tudo sem protestar, queria fazê-lo reagir e ver o que estava acontecendo. E ao contrário disso, Nico decide seguir a risca da pior forma possível?

— Bebê, por favor. Eu estava errado. Eu só queira que você reagisse.

— Reagisse, como?

— Como você quiser. — Percy então sorriu, tentando incentivar Nico. — Vamos, pode gritar comigo. Pode me xingar. Eu fiz algo muito ruim. Eu mereço uma punição.

— Punição? — Nico entortou a cabeça, feito um cachorrinho confuso e se aproximou. Ele o beijo nos lábios, num selinho doce e suave e tocou em seus cabelos, sorrindo angelicalmente. — Pronto. Sua punição.

Percy queria chorar. Por que tudo o que ele falava parecia sair ao inverso? Ou talvez fosse Nico fazendo o melhor que podia.

— Você está me punindo ou consolando?

— Se eu escolho a punição, você tem que aceitar.

Percy se deixou levar e abraçou Nico bem apertado, o ouvindo suspirar de prazer.

— Eu não te mereço. Eu só queria que você se sentisse livre para se expressar. Te fizeram ficar calado por tanto tempo que tenho medo que agora aconteça o mesmo.

— Eu sei. — Nico murmurou baixinho, parecendo contente.

— O que você tem a dizer é importante, sempre será. 

— Pensei que se eu ficasse calado não precisaria medir minhas palavras. 

— Não me faça chorar. 

— Você é um bobo. — Nico enfim diz, parecendo a única coisa sincera no meio daquilo tudo. — Eu tomei essa decisão. Eu tive toda a liberdade do mundo, mas no fim do dia, ainda sentia falta de você e de como as coisas eram. 

Por no fim, a vida se tratava de decisões e consequências. Ele continuou abraçado a Percy e entendeu, Percy estava tão perdido quando ele nessa confusão toda, entendeu que era um período de adaptação e logo tudo voltaria ao normal. Agora, o que esse normal era, ambos não faziam ideia, já que eles nunca tiveram uma amizade comum. 

— Eu sinto muito. — Nico diz mais uma vez. — Acho que é um período de adaptação. Vou tentar não levar a sério tudo o que você disser.

— Eu fico muito contente com isso. — A verdade é que Percy estava aliviado, dando graças a todos os deuses e divindades por encontrar alguém tão compreensivo, embora ele gostaria que Nico fosse mais combativo. 

Não o intendam mal, Nico era uma das pessoas mais independentes e responsáveis que ele já tinha conhecido, mas o que Nico tinha de independente, também tinha de dependência emocional. E às vezes essa dependência emocional era pesada demais para que ele pudesse carregar sozinho, embora ele estivesse disposto a carregá-la pelo resto da vida se isso garantisse a permanência de Nico em sua vida.

— Então, a gente tá bem? — Nico perguntou, levantando a cabeça e o espiando timidamente.

— É claro, bebê. Contanto que você esteja.

Nico pareceu imediatamente tranquilizado. E se era isso o que Nico queria, Percy faria seu melhor resolver as coisas. Obviamente pedir não tinha resolvido, tão pouco conversar ou pressionar. O jeito seria fazer as coisas do jeito tradicional. Não que ele soubesse estar fazendo algo no passado, mas se funcionou antes, vai funcionar agora.

Sorrindo, como se nada tivesse acontecido, ele guiou Nico de volta para a cozinha e se sentou ao lado de Nico em frente a mesa, descobrindo tarde demais que todos ouviram sua conversa com Nico. O que ele podia fazer? O bem-estar de Nico era mais importante do que os olhares de reprovação. Ele sabia que logo veria a repreensão, e se errar um pouco fosse necessário para consertar o que ele havia feito, que fosse! Percy nunca se arrependeria de colocar Nico em primeiro lugar.

— Panquecas ou ovos?

— Panquecas. — Nico respondeu para ele. Então, panquecas seriam. Não era uma novidade. As comidas favoritas de Nico eram doces, e as salgadas tinham um sentimento nostálgico, do tempo em que a mãe de Nico ainda estava viva. Então, ao lado das pequenas e da cobertura de chocolate, Percy colocou um croissant de queijo junto um copo de suco e uma xícara de café.

Era incrível mesmo. Até parecia que nada de ruim tinha acontecido a mesmo de dez minutos atrás. Nico deu o primeiro cole em sua xícara de café e sorriu como se fosse o dia mais feliz de sua vida, mergulhando em suas panquecas açucaradas. E assim, como num passe de mágica, o ambiente voltou a ser amigável, Nico conversando com Sally animadamente, enquanto ele, Grover e Tyson observavam, tremendo pelo próximo banquete que eles seriam obrigados a participar.

— Cara, obrigado por me deixar ficar. Minha mãe está de volta.

— Pode ficar o quanto quiser, o quarto é seu. Por que você não faz uma mala e fica até a formatura? Não falta muito.

— Se um ano inteiro não é muito… — Ambos, ele e Grover, deram de ombros e Grover socou seu ombro amigavelmente, fazendo os dois sorriem. Era uma boa ideia, especialmente quando ele e Nico fossem embora; sua mãe ficaria sozinha e Grover sempre seria uma ótima companhia.

— De verdade! O que você ainda faz naquela casa?

— É! Sempre vai ter espaço para você. — Tyson finalmente se dignou a participar da conversa, geralmente preferindo ficar longe do drama. — Você já trabalha pra gente, o que custa ser parte da família?

— Você chama sorrir para os clientes e levá-los para a mesa certa quando outros não podem, trabalhar?

— É claro que é. Você até usa um terno bonitinho e penteia o cabelo com gel. — Tyson continuou, todo feliz em zombar de Grover, de volta a rotina natural deles.

— Cala a boca! Aquilo nem é um uniforme. Juniper gosta disso… — As últimas palavras de Grover soaram bem baixas, parecendo estar encabulado.

E bem, quem era Percy para interromper um momento tão doce e feliz.

Ele se virou para sua comida e deu a primeira garfada em seus ovos, macios e com pouco sal, do jeito que ele mais gostava e deu um cole em seu café forte sem açúcar ou leite, percebendo que Nico já tinha terminado de comer e olhava para ele com um sorrisinho no rosto.

— O que foi, hm? Quer mais?

— Não. Eu gosto de te ver feliz e se divertindo com seus amigos. Você não costumava fazer isso.

— É verdade. Eu disse que tinha problemas, não disse?

— Acho que não levei isso a sério. Você sempre parece tão decidido e confiante.

— Isso não quer dizer que eu estivesse certo.

— Hm. — Nico murmurou, pensativo. — Nunca pensei por esse ângulo. Acho que todos tem algo a esconder. Algumas pessoas só esconder melhor.

— É isso mesmo. Quanto mais coisas as esconder, melhores atores somos, não? — Percy não pode se conter, Nico estava sendo tão sincero que ele merecia uma recompensa. Ele puxou Nico pela nuca e o beijou ali mesmo na frente de todos, um beijo daqueles destinados para quatro paredes.

— O que foi isso? — Nico disse assim que recuperou o folego.

— Uma recompensa para um bebê obediente.

Corando dos pés a cabeça, Nico apenas olhou para ele, fazendo um biquinho lindo, mas sem reclamar. O que ele podia fazer? Se era desse jeito que Nico entendia, então era como seria dali para frente.

-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

E então? Eu tenho a impressão que o Nico está se tornando tão dramatico... ou será a visão do Percy sobre ele? Bem que eu também acho que o Nico pensa que o Percy é um pouco dramatico também 🤣🤣🤣🤣 Qual sua opnião? Sua comentario me ajuda a entender os pontos fracos da história para que eu possa rescrever da melhor forma no futuro.

Obrigada por ler!


Tags
1 year ago

nico: i just ended a four year relationship.

annabeth: im so sorry...

nico: it's okay, it wasn't my relationship.


Tags
1 year ago

NÃO HÁ LUGAR COMO O LAR - PERCY/NICO AU COLEGIAL - CAPÍTULO XIX

O que é isso? O terceiro capítulo da semana? É um milagre! Nessa semana vocês realmente podem me chamar de escritora, porque eu escrevi muitoooooo.

Agora, falando serio. A vontade de escrever já está virando obsessão, então vamos ver até onde ela dura. E claro, peço desculpas pela baixa na qualidade do texto. É isso o que acontecesse quando se escreve muito em pouco tempo, por isso revisão e edição é tão importante. E tipo, sinto muito pelo drama! Eu já disse que escrita é minha terapia? Não é literal, são coisas que eu vejo, vivo e sinto tudo misturado. Acho que é isso o que eles chamam de "estilo de escrita".

O capítulo é pequeno, mas de qualquer forma, espero que você gostem.^^

Capítulos anteriores: CAPÍTULO I / CAPÍTULO II / CAPÍTULO III / CAPÍTULO IV / CAPÍTULO V / CAPÍTULO VI / CAPÍTULO VII / CAPÍTULO VIII / CAPÍTULO IX / CAPÍTULO X / CAPÍTULO XI / CAPÍTULO XII / CAPÍTULO XIII / CAPÍTULO XIV / CAPÍTULO XV / CAPÍTULO XVI / CAPÍTULO XVII / CAPÍTULO XVIII

— Obrigado. — Ele acabou dizendo quando a família o abraçou em conjunto, Sally quase chorando enquanto Grover e Tyson tinham uma expressão séria e neutra no rosto, o fazendo se lembrar quando Percy estava tentando se controlar para não destruir o que visse pelo caminho.

Ele também gostava disso, sabendo que poderia contar com a família inteira. E já que ele estava sendo sincero, por que não continuar?

— Eu não via Hades há anos, ele não é importante. Será que é necessário tanto trabalho por causa dele? Eu estava pensando em algo mais eficaz.

—  O que você precisar, querido. — Dessa vez, foi Sally quem disse, se já se recompondo; a mãe dando espaço para a mulher de negócios.

— Eu estava pensando em emancipação. — Quando ninguém disse nada, Nico preferiu fechar os olhos e continuar falando. — Hades tem o controle das posses da minha mãe e como filho único, eu só teria acesso a isso com vinte e um anos. Se eu apressar esse processo, posso tentar recuperar o que é meu antes que Hades destrua tudo.

— Não entendo, Hades não pode mexer nesse dinheiro sem a permissão da justiça. — Tyson disse, confuso.

— Esse é o problema. Minha mãe tinha ações e outros ativos que Hades tem acesso. Grande parte do que ele tem vem da minha mãe.

— Você está nos dizendo que quem era rica era sua mãe e não Hades? — Agora era Percy quem parecia inconformado.

— Hades costumava ser um gerente de banco. Ela se apaixonou e eu nasci. Na verdade, Bianca é minha meia irmã. Meu avô é um grande fazendeiro, sabe? Mamãe costumava ajudá-lo antes de Hades aparecer.

— Nossa. — Grover murmurou. — Seu pai é filho da puta.

— Ele é. Eu não me sentia seguro em contar isso para ninguém, mas agora que ele não pode me machucar é o momento de recuperar tudo o que ele tirou de mim.

— Nós vamos ajudar. Tyson vai começar os preparativos.

— Será que a gente pode pegar ele de surpresa? Tentar recuperar a herança da minha mãe e fazer a emancipação juntos? Eu não quero dar tempo para ele revidar.

— É claro. É uma ótima ideia. — Tyson disse com um estranho brilho no olhar. — Ele nem vai perceber quando a gente pegar ele. Eu prometo.

— Tudo bem. Eu confio em você. Se a emancipação não der certo, vocês podem ser meus guardiões? Nunca mais quero voltar para aquela casa.

— Você tem nossa palavra. — Sally tocou em seu ombro, sorrindo para ele com lágrimas nos olhos. — Vamos destruir esse homem, nem que seja à força.  

— Vocês não precisam prometer. Eu só… não quero ficar sob o controle dele. Não sei o que pode acontecer.

— Bianca está bem morando com ele?

— Ele nunca tratou Bianca como me trata.

— Oh, querido. — Sally disse e o abraçou forte, ainda com Percy o segurando pela cintura. 

Ele se negava a chorar, se negava a dar a Hades esse gostinho, se negava a continuar sob o controle daquele homem. Enquanto ele estava em Verona com seus avós, primos e tios, Hades não teve a coragem de se aproximar. Mas agora que nenhum outro adulto era responsável por ele, Hades pensava que poderia mandar nele. Bem, Nico iria provar para aquele homem e devolver um gostinho do que Hades havia feito com ele.

— Eu estou bem. Tudo isso ficou no passado. Eu só quero o que é meu.

— Nós sabemos. — Percy finalmente disse, saindo de seu estupor. — Eu vou cuidar de você.

Nico sabia disso, Percy estava dizendo essas palavras com tanta frequência que ele estava começando a acreditar. Talvez eles realmente tivessem uma chance de se casar no futuro e construir uma família somente deles, longe de toda essa confusão e dor. Talvez se ele se comportasse e fizesse tudo do jeito certo, ele se libertaria desse pesadelo, dessas pessoas que pareciam decididas a torturá-lo.

***

Depois disso as coisas pareceram se acalmar, porém, de uma forma delicada.

Ele disse que deveria ter ficado calado desde o início, não disse? Nico não entendia exatamente o que estava acontecendo, mas suspeitava de algo. Percy estava se distanciando dele, como se estivesse afrouxando a guia de sua coleira para ver até onde ele iria sem supervisão. Ou talvez, fosse apenas o que ele sentia. Talvez Percy estivesse dando um espaço para ele, um tempo para ele entender o que acontecia e dar o próximo passo. Onde Percy estava de seu lado em todos os momentos do dia, agora outra pessoa o substituiria sem ele nem perceber. Era estranho, nas poucas vezes que ele se pegava sozinho e conseguia pensar, o efeito do que Percy queria se tornava o contrário. Esse tempo sozinho o fazia pensar na vida e nas possibilidades que o futuro guardava para ele. Isso o assustava, a incerteza, vendo que teria que tomar as rédeas da própria vida se quisesse viver confortavelmente, quando, na realidade, tudo o que ele desejava era que alguém viesse e lhe dissesse qual era o caminho certo a tomar.

Aquela tarde não seria diferente, o fazendo se perder na sucessão dos dias, dias agradáveis e com pessoas que se importavam, mas sem o prazer que ele tinha se acostumado a receber. Será que alguns dias era o suficiente para Percy se convencer? Ele estava se comportando como era esperado dele? Nico estava tão cansado que apenas se levantou da cama e saiu andando pela casa. Ele encontrou Sally na cozinha, negando o convite para cozinhar com ela. Encontrou Tyson na sala de estudos e ele ofereceu para atualizá-lo sobre o caso de Hades, e mais uma vez negou, passando por Grover que estava na sala de estar e indo direto para a área externa da casa, o único lugar que Percy poderia estar. E lá Nico o encontrou, nadando em velocidade rápida na piscina, para cima e para baixo, e quando Nico finalmente se aproximou o suficiente para ver melhor a figura de Percy, ele permaneceu em silêncio, se perguntando se era uma boa ideia quebrar sua rotina auto-imposta. E se esse fosse o futuro deles e Nico apenas estivesse atrasando e lutando contra o que não tinha jeito? Se vendo em um beco sem saída, Nico se sentou em uma das espreguiçadeiras e continuou observando Percy nadar furiosamente, parecendo que tentava descontar toda sua frustração na água.

Agora, não faltava muito. Se Nico ainda estivesse seguindo o script deles, em poucos minutos Percy sairia da piscina e iria em busca dele. Percy o abraçaria e sorriria para ele, sendo todo carinhoso e eles passariam o resto da tarde e parte da noite fazendo qualquer coisa que não fosse o que eles queriam estar fazendo. Ele estava tão cansado de tudo isso que nem se surpreendeu quando Percy saiu da piscina, como se alguém o estivesse perseguindo, quase passando direto por ele. Nico sentia vontade de rir, isso era tão ridículo; Percy era ridículo e ele também era ridículo. O que eles estavam esperando? O trauma e tristeza desaparecem para que eles pudessem continuar com a vida deles? Que talvez com tempo e paciente Nico seria uma pessoa normal e equilibrada mentalmente? O mais engraçado foi ver Percy voltando de ré e parando ao lado de sua cadeira, sorrindo encabulado para ele. E o que Nico fez? Ele sorriu de volta, era a única coisa racional a se fazer em uma situação que não fazia nenhum sentido.

— Ei, lindo. O que você faz aqui sozinho? — Percy perguntou e se agachou, ficando em sua altura e o encarando bem de perto.

— Senti sua falta. 

— É?

— Eu queria saber onde você estava.

— Eu estou aqui, como sempre.

Nico queria dizer que era uma mentira. Percy podia estar ali, mas não estava do seu lado.

— O que está acontecendo com a gente? — Ele perguntou, se sentindo mais cansado a cada momento que se passava.

— Não está acontecendo nada. — Percy disse e sorriu para ele, o tocando suavemente no rosto. E esse era o problema, nada acontecia e ele precisava que algo acontecesse imediatamente, ou ele iria enlouquecer por completo.

Nico quase se deixou levar pela carícia platônica, quase deixou que o sorriso calmo de Percy o enganasse.

— Eu… eu fiz algo errado?

— Isso nunca seria possível.

— Você não gosta mais de mim?

— Nico. — Percy disse na voz mais calma que ele já tinha ouvido. — Acho que a gente devia desacelerar.

— Mais do que isso?

— Eu… — Então a máscara de tranquilidade no rosto de Percy se quebrou. — Eu abusei de você. Eu nunca perguntei porque você não falava com seu pai. Nunca questionei porque você chorava e tremia quando pensava que ninguém estava vendo. Eu preciso de espaço. Pensei que seria bom para você também.

— Eu não preciso de espaço. Eu preciso de você.

Nico não hesitou, ele se jogou no colo de Percy e o abraçou bem apertado, sentindo um nó na garganta se formar.

— Nico. Eu… eu me sinto culpado. Eu sou apenas mais um que quer abusar de você. — O importante era que Percy o abraçou de volta, bem apertado, o segurando pela nuca e sussurrando em seu ouvido. — Eu quero te ver aos meus pés e quero te ver obedecendo tudo o que eu mandar. Quero que você olhe só para mim e pense só em mim. Você acha que isso é diferente do que Hades estava fazendo com você?

— Eu não me importo. — Pronto, ele tinha dito. — Eu quero fazer tudo isso por você.

— Nico, por favor.

— Eu estou cansado. Por que eu não posso ter o que eu quero? Por que é tão errado estar sob o controle de outra pessoa?

Ele ouviu Percy gemer e antes que pudesse reagir, Percy o puxou pelos cabelos e o fez encará-lo, seus olhos verdes em chamas, como se Percy estivesse prestes a devorá-lo ali mesmo.

— Você vai me matar. Você sabe disso? Eu estou tentando cuidar de você. Estou fazendo o que é melhor para você.

— Eu quero não o melhor, eu só quero não me sentir tão miserável o tempo todo. Você pode fazer a dor passar?

Percy olhou por um longo momento para ele, parecendo que iria desmoronar a qualquer instante, mas finalmente sua vontade foi atendida; Percy encostou os lábios dele contra os seus e ficou assim por alguns momentos, o permitindo sentir o calor e o toque que ele tanto tinha sentido falta. E de repente, era o suficiente para Nico. Não era o sexo que ele sentia falta, era o calor do corpo de Percy sobre o dele, o afeto, toque atencioso, o liberar da tensão, a conexão que ele não havia encontrado em nenhum outro lugar.

Infelizmente, o momento foi quebrado algum tempo depois. As mãos de Percy continuaram sobre sua pele e ele ainda estava sentado no colo de Percy, eles ainda se encaravam como se o outro fosse sumir se eles desviassem a atenção.

— Eu nunca quis que você se sentisse assim. — Percy enfim disse, engolindo em seco. — Eu me sinto um monstro. Eu vou-- eu vou superar isso, eu só preciso de um tempo.

— A gente precisa ficar longe? Eu não quero aprender sobre advocacia com Tyson ou sobre esportes com Grover, eu nem mesmo quero aprender novas receitas com Sally. Prometo que não vou te incomodar.

— Como você pode fazer isso comigo? — Foi tudo o que Percy disse antes de enfiar o rosto em seu pescoço e Nico sentir lágrimas atingirem sua pele, os braços de Percy se apertando ao redor de sua cintura.

— Oh.

Talvez não tenha sido uma boa ideia encurralar Percy no final das contas. Nico se convenceu disso quando ouviu o primeiro soluço. Por que tudo o que ele fazia dava errado? Com o peito apertado, Nico puxou Percy para cima e deitou com ele na espreguiçadeira. Ele obedeceria aos desejos de Percy e daria o espaço que ele precisava.

--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Então, está muito ruim? Qualquer feedback é bem-vindo, nem que seja para me cobrar alguma coisa. Vou adorar ver vocês por aqui. E só para avisar, a versão em inglês vai vir assim que minha inspiração esvaziar um pouco e infelizmente a qualidade vai continuar duvidosa até que isso aconteça; quanto mais tempo eu passo revisando ou traduzindo, menos palavras eu escrevo e mais a evolução da história se atrasa. Espero que vocês entendam. E obrigada desde já!


Tags
6 months ago
You Know, This Is Why Content Creators End Up Abandoning Their Works, Right?

You know, this is why content creators end up abandoning their works, right?

80 likes compared to 10 reblogs means that only 12% of people decided that what you did is worth showing other people.

If you like the thing, reblog it. You don’t even have to add tags, just spread it so that a) other people can see it, and b) the creator gets recognition for what they did.

Obviously, those numbers are never going to match, but the divide should not be that huge.

It’s even more important right now, because tumblr is garbage and they’ve stopped allowing anything with an outside link from appearing in tags. Writers/artists cannot tag things to their twitter/store/writing website. That can cause a significant drop in views, especially for newer creators.

Like… we aren’t asking for much. A few reblogs. Reviews/comments. No creator should have to beg for that much.

2 years ago

comment: great chapter, can't wait to find out how the story continues!

me, the writer: lol me too


Tags
Loading...
End of content
No more pages to load
  • auroraescritora
    auroraescritora reblogged this · 1 year ago
  • gutsnoir
    gutsnoir reblogged this · 1 year ago
  • haiseiscute333
    haiseiscute333 liked this · 1 year ago
  • yonemurishiroku
    yonemurishiroku liked this · 1 year ago
  • auroraescritora
    auroraescritora reblogged this · 1 year ago
auroraescritora - Aurora Escritora
Aurora Escritora

Sejam bem-vindos! Olá, esse é meu blog pessoal. Escrevo fanfics Pernico/Nicercy e orginais, e reblogo alguns posts de vez em quando. História Atual Não há lugar como o Lar - versão em Portugues There's no Place like home - English version Resumo: Nico está voltando da Itália depois de passar dois anos por lá e encontra Percy, o melhor amigo que ele deixou para trás, mas que manteve contato nesse tempo afastado. O resto se desenvolve a partir desse reencontro. Se você quiser saber o que eu escrevo, siga a tag #my writing

464 posts

Explore Tumblr Blog
Search Through Tumblr Tags