Às vezes dá vontade de ir... somente ir.
Sem rumo, sem destino, sem planos.
Apenas ir.
Sair daqui.
Pra sair de mim.
Me deixar de ser,
e ser outro.
Ou apenas me procurar.
Às vezes dá vontade de ir.
Pra um lugar qualquer.
E me deixar transbordar de mim.
Pra ver se no fundo dos meus abismos
ainda existe uma bolha cheia de esperança
Houve um tempo...
...distante...
em que nada era o que é agora
em que tudo era tão mais fácil.
Onde foi que eu me perdi?
Agora eu era o herói
E o meu cavalo só falava inglês
A noiva do cowboy
Era você além das outras três
Eu enfrentava os batalhões
Os alemães e seus canhões
Guardava o meu bodoque
E ensaiava o rock para as matinês
Agora eu era o rei
Era o bedel e era também juiz
E pela minha lei
A gente era obrigado a ser feliz
E você era a princesa que eu fiz coroar
E era tão linda de se admirar
Que andava nua pelo meu país
Não, não fuja não
Finja que agora eu era o seu brinquedo
Eu era o seu pião
O seu bicho preferido
Vem, me dê a mão
A gente agora já não tinha medo
No tempo da maldade acho que a gente nem tinha nascido
Agora era fatal
Que o faz-de-conta terminasse assim
Pra lá deste quintal
Era uma noite que não tem mais fim
Pois você sumiu no mundo sem me avisar
E agora eu era um louco a perguntar
O que é que a vida vai fazer de mim?
Composição: Chico Buarque/ Sivuca
" Sunflowers Sunset 🌻" // © Samuelandscape
Music: © Reinúr Selson, himood - Time Flies
by Fedor Lashkov
Só há um caminho para a felicidade: renunciar às coisas que não dependem da nossa vontade.
Epicteto
Amar os outros é a única salvação individual que conheço: ninguém estará perdido se der amor e às vezes receber amor em troca.
Clarice Lispector