𝐜𝐥𝐨𝐬𝐞𝐝 𝐬𝐭𝐚𝐫𝐭𝐞𝐫 for @mcdameb; cabine de fotos
Não podia mentir e falar que não estava se divertindo, afinal, para quem nem queria sair de seu chalé hoje, estava disposta a continuar mais algum tempo no parque. Tinha até arrecadado uma boa quantidade de brindes, iria ter que destribuir pelas crianças do chalé mais tarde. A sugestão de Brooklyn de irem tirar umas fotografias de recordação lhe parecia boa ideia, embora não se considerasse fotogénica, mas também, mais ninguém as iria ver. Chegando no local, não deixou de notar nas palavras "Memórias do Amor" por cima da cabine, a fazendo olhar para o semideus com alguma relutância. "Eh... Você tem a certeza que é essa ai?" O provavél era que isso fosse para casais, não via outra explicação, com certeza haveria outra para grupos de amigos.
O vestido branco que envergava, tão imaculado quando abriu a caixa e o tirou para experimentar, encontrava-se agora completamente desfigurado, a saia eram farrapos, o branco quase puro misturava-se com uma combinação de castanho, cinzento e preto, lembrando o incêndio da noite passada. Sabia que deveria despi-lo, deitar no lixo juntamente com as memórias do recém acontecimento e tomar um banho, na esperança que a água levasse consigo toda a sujidade, desde a fuligem, sangue, terra e tudo aquilo que ia no coração e na mente de Daphne. Mas não conseguia, desde que havia chegado ao chalé número cinco por volta das seis da manhã, apenas tinha tido forças para se deitar em sua cama, encolhida em uma posição fetal, desconhecida para ela. Os olhos nem sequer ousando se fechar, com o receio de tudo o que havia acontecido aparecer por detrás do negro que as pálpebras fechadas traziam. O peito ardia com a raiva que sentia naquele momento, e que tentava controlar o máximo que podia. No entanto, por mais que tentasse limpar sua mente de tudo, os acontecimentos daquela noite eram vistos e revistos...
Quem a conhecia bem sabia que não era costume seu beber mais que dois copos de qualquer bebida, sua tolerância ao álcool era péssima, por isso a filha de Ares sabia quando parar. Porém, o clima do baile tinha puxado um pouco mais por si, a fazendo beber mais que aquilo que estava acostumada, fazendo o álcool nublar um tanto a sua mente. No entanto, naquele momento aquilo não era algo que a preocupava, estava até se divertindo, e sentia que deveria aproveitar para se soltar um pouquinho, já que também não era algo que era costume acontecer. Daphne tinha uma natureza rígida, disciplinada e perfeccionista, e tinha se prometido a si mesma que essa noite iria tentar deixar isso de lado, não deveria ser muito difícil.
A distração e a maior lentidão em seus movimentos e percepção do que se passava em seu redor, levou a que demorasse um pouco mais a assimilar o que estava acontecendo, fazendo com que sua atenção apenas fosse pega quando ouviu os gritos de Veronica e Yasemin, uma expressão confusa aparecendo no rosto da loira quando as viu agarradas à coroa mas sem nenhum aparente inimigo por perto. O copo de qualquer que fosse a bebida que estava tomando no momento, foi deixado em cima do balcão do bar de Dionísio, e logo se aproximava das duas garotas, embora fosse difícil chegar a elas com a quantidade não só de campistas ainda dançando ao som da música como campistas que se aproximavam para perceber o que acontecia. O ritmo cardíaco de Daph se tornava mais rápido, e sem pensar duas vezes, pegou em uma colher que estava em cima de uma das mesas e com recurso a seu poder, transformou a mesma em uma espada longa, a deixando com a ponta contra o chão para não acabar machucando ninguém.
Ao perceber o alívio das duas semideusas ao se soltarem daquelas coroas, Daphne olhava em volta, na tentativa de se aperceber de alguém suspeito que pudesse ter causado aquilo, mas sua atenção fora roubada com o brilho intenso que surgia no teto. A mão ainda em volta do cabo da espada, segurando de forma firme caso fosse necessário agir. Porém, o que necessitava naquele momento não era uma espada, mas sim um escudo. Ao perceber que as estrelas caíam e incendiavam aquilo que tocava, a semideusa tentou pegar em qualquer coisa em seu alcance, transformando o objeto em um escudo, embora não o rapidamente para não ser atingida no braço esquerdo por uma dessas estrelas. A queimadura ardia, a fazendo sussurrar um 'merda' baixinho, mas tentava ignorar aquela sensação enquanto tentava organizar sua mente para que conseguissem sair dali o mais depressa possível. O escuro era erguido sobre sua cabeça assim como de outros semideuses de forma a escaparem daquelas 'estrelas' incendiárias e, ao se aperceber de uma das saídas do pavilhão, tentou juntamente com Raynar evacuar os outros campistas dali.
Se esperava encontrar a passagem vazia para que conseguissem escapar? Sim, mas pelos vistos isso seriam bom demais. A surpresa se mostrou evidente em seu rosto ao reparar nos ursinhos de pelúcia juntos como que um exército, prontos a atacar quem lhes aparecesse à frente. Daphne não hesitou em utilizar a espada para os travar, cortando cabeças, troncos e membros, mas era impossível, nada os parecia fazer parar, mas pelo menos conseguia atrasá-los de forma a que outros campistas conseguissem fugir. Daphne estava confusa com aquilo, os olhos dourados dos bonecos a fazendo pensar que aquilo tinha influência de magia, não tinha outra opção, mas quem estaria por detrás daquilo? Seus pensamentos foram interrompidos ao sentir o espetar de uma lâmina em sua coxa, a fazendo soltar um grito antes de cortar ao meio do unicórnio que a havia ferido.
Ao ouvir a voz de Charlie ao fundo, falando que o fogo os destruía, a filha de Ares tentava atraí-los até ao mesmo, deixando escapar um suspiro aliviado ao perceber que ela tinha razão, mas não parava. Geria entre tentar escapar de seus ataques e os atrair para o fogo, quando de repente... Caíam inanimados no chão e o fogo se extinguia, como se um botão tivesse sido pressionado para desligar tudo aquilo, como se fosse uma das brincadeiras do parque. Daphne estava ofegante, e acabou caindo de joelhos no chão, largando a espada e o escudo. O corte em sua coxa sangrava e a queimadura em seu braço parecia latejar, mas estava numa mistura de cansaço com adrenalina e os ferimentos eram a última de sua preocupação naquele momento.
Pensava nos outros semideuses feridos e em como precisava de ajudar a levá-los até à enfermaria quando a voz de Quíron fez tudo na mente da loira parar. Uma mortalha para um filho de Thanatos. Os ouvidos pareciam zumbir e o mundo à sua volta parava enquanto olhava lentamente para trás. Primeiro avistou apenas um vulto que era o corpo no chão, mas rapidamente os olhos focavam e identificavam sem qualquer problema quem era. Flynn. Mas, para Daphne não era apenas Flynn, era um dos primeiros amigos no acampamento desde que se lembra de ter memórias. Era como um mentor, uma figura de referência para a loira. Deveria também ser das poucas pessoas há mais tempo que ela no acampamento e foi quem a acolheu, quem a orientou e quem a repreendeu quando era necessário. Era...
Os olhos da semideusa se tornavam úmidos e turvos, uma pressão se formava em sua garganta ao se aperceber daquilo que observava. Não se lembrava da última vez que havia chorado, e tentava ao máximo reprimir as lágrimas quando estas ameaçavam aparecer, mas neste momento era impossível. Embora não fizesse qualquer som, as lágrimas escorriam livremente pelo seu rosto, ainda sem querer acreditar naquilo que havia acontecido. O tempo parecia parar à sua volta, sequer ouvia as pessoas que tentavam falar consigo, não sentindo aquelas que lhe tocavam tentando perceber se ela estava bem, apenas focando no corpo inanimado do amigo, não, no corpo morto do amigo, como poderia estar bem?
@silencehq
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O olhar se mantinha sobre o mais velho, as sobrancelhas sendo erguidas quando o ouviu dizer que não estava lembrando. Não tinha ficado chateada com aquilo, e podia até não admitir, e manter uma carranca dura, mas quando lhe contaram, a loira até tinha achado uma certa piada ao comentário. "Não lembra mesmo? Ou está com memória seletiva?" Perguntou baixinho, os olhos semicerrados e um pequeno sorriso nos lábios da mais nova. "Deixa ver se eu percebi, ele era o alvo principal, mas eu acabei sendo arrastada, é isso?" O pior era que conseguia imaginar aquilo sem qualquer dificuldade. "Não vou dedurar nossos irmãos! Fica uma terefa para você, descobrir quem foi." Agora como conselheira de chalé, os irmãos mais novos pareciam querer lhe contar tudo o que acontecia no chalé, e Daphne não podia dizer que não gostava daquilo.
Pallas assentiu ao que ela concordou consigo, exibindo um sorriso um pouco mais gentil, que costumava utilizar com seus irmãos mais do que com qualquer outra pessoa do Acampamento. O sorriso cresceu ao escutar sobre o barulho, mas logo começou a se dissolver na expressão que evidenciava sua culpa no assunto ao que ela citou suas piadas com Aidan no outro dia. Talvez tê-las feito dentro do Chalé 5 não foi a melhor das ideias. "Eu e o Aidan? Não estou lembrado disso..." Mentiu descaradamente, se fazendo de inocente. Por mais que estivesse tentando fingir, para todos os efeitos, que não sabia do que ela falava, o sorriso não custou a surgir em seu rosto, denunciando-o. "E, se eu estivesse lembrado, em minha defesa eu diria que estava zoando ele e ele que trouxe seu nome pra conversa... Mas, não, eu não lembro de nada disso!" Jogou a culpa pro outro meio-irmão, levantando suas mãos em rendição, como qualquer irmão faria. "Quem você disse que te contou mesmo? Só pra eu saber assim..." Logo o riso voltou a iluminar suas feições ao que franzia o cenho, como se esperasse que ela dedurasse o x9.
Nunca fora adepta de fraquezas, desde criança que havia demonstrado isso, nem mesmo das suas próprias, por isso que as tentava reprimir ou esconder ao máximo para que ninguém tivesse com o que reclamar com ela. Se lembrava de quando estava apenas no nível I, como os irmãos mais velhos, muitos já bem fora do acampamento, a treinavam de forma exigente e agradecia a eles por a moldarem no que era hoje. E era isso que Daphne queria para os campistas mais novos, um exemplo que mais tarde pudessem agradecer pela exigência, pois haviam ficado preparados para o que fosse. "Pois não estão, mas por isso mesmo que eu prefiro que eles sejam puxados ao limite em um treino, que não irá trazer consequências reais e que temos um ambiente controlado, do que em um combate a sério." Afinal, por mais que os patrulheiros fossem a primeira linha do combate, sabia que mais cedo ou mais tarde, todos os semideuses teriam que empunhar suas armas.
Tanto peso nos ombros faz mal. Ele sabia porque constantemente se sentia carregando o mundo nas costas. Contudo, como o hipócrita que era, não lhe custava muito a apontar como isso podia cegar, apesar das boas intenções. Assentiu quando Daphne deu sua explicação. Não era de seu feitio dar bronca de ninguém, mas, naquele caso, talvez pudesse evitar um efeito colateral ruim. ❛ Eu sei que quer o melhor para eles. ━━━━━ Afirmou, e então esperou para saber se ela tinha mais alguma coisa para dizer. ❛ O problema é que, mesmo que você queira ensiná-los, eles não estão emocionalmente preparados para lidar com tudo isso aqui. ━━━━━ Apontou para os arredores. ❛ E com mais tantas exigências, isso só vai puxá-los mais rápido até o limite. Tough love e luto são uma combinação perigosa.
𝒂𝒓𝒆𝒔 ; 𝒈𝒐𝒅 𝒐𝒇 𝒘𝒂𝒓 𝒂𝒏𝒅 𝒄𝒐𝒖𝒓𝒂𝒈𝒆 ⚔️🛡️
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"Acho que já estava bem revelado que era um deles por detrás de tudo o que tem acontecido no acampamento, agora só se confirmou." Suas suspeitas sempre tinham sido os semideuses filhos da magia, o último ataque com o Drakon tinha deixado quase implícito, mas depois do que havia acontecido no baile? Daphne não conseguia confiar em nenhum deles neste momento. "Pois, não foi..." Murmurou, não havia nada de bom que pudesse vir da morte de um campista, ainda mais de Flynn, por muito que desejasse descobrir quem estava orquestrando tudo. "E o que você está replantando?" Perguntou se aproximando um pouco mais.
" Talvez a parte que os filhos da magia se revelaram? ou você espera que nada tenha mudado depois de tudo isso? " indagou, tentando não soar irritado com a replica da garota. Talvez ele não tenha escolhido muito bem as palavras, mas agora era tarde demais para voltar atrás. " mas eu assumo, não foi uma bela escolha de palavras. " deu levemente de ombros, era muito cedo para falar de lados e as pessoas ainda estava sendo enchidas dos sentimentos mais conflitantes possíveis. " Já que está aqui, poderia me ajudar a replantar algumas plantas? "
𝐜𝐥𝐨𝐬𝐞𝐝 𝐬𝐭𝐚𝐫𝐭𝐞𝐫 - for @littlfrcak
Por muito revoltada que Daphne estivesse com tudo o que havia acontecido e em especial a morte de Flynn, não podia se resguardar no seu chalé para sempre. Uma das pessoas com quem tinha ficado mais preocupada no dia do baile e que depois não tinha tido a chance de ver, era Sasha. Conhecia bem o pavor do semideus com fogo, e não queria sequer imaginar como tinha sido quando o pavilhão tinha começado a arder e eles pareciam encurralados. Chegando ao chalé do amigo bateu à porta, sendo aberta por um dos irmãos de Sasha que logo indicou onde ele estava. Chegando mais perto, Daphne fez notar sua presença com duas pancadinhas na ombreira de madeira. "Hey... Trouxe chocolate para a gente." Tinha trazido a última missão e ainda o mantinha guardado para uma ocasião especial, e essa sentia que merecia. "Como você está? Não o vi mais depois do baile."
𝐜𝐥𝐨𝐬𝐞𝐝 𝐬𝐭𝐚𝐫𝐭𝐞𝐫 for @misshcrror; barraquinha de tatuagens
Daphne já tinha várias tatuagens espalhadas pelos braços e algumas nas costas, por isso tal não foi seu espanto quando soube que iria haver uma barraquinha de tatuagens disponível no parque. Espanto e não só, entusiasmo. No entanto, não queria ir sozinha, e quando avistou Yasemin ao longe, deu uma pequena corridinha até à amiga, a segurando por um braço quando a alcançou. "Tive uma ideia." Murmurou com um pequeno sorriso, inclinando a cabeça em direção à barraquinha. Se havia alguém que seria capaz de alinhar naquela ideia com a loira, seria a filha de Deimos, ou pelo menos era isso que Daphne esperava. "Que tal irmos fazer uma tatuagem? Não digo a combinar, mas acho que seria legal!"
Tinha sido um péssimo dia para usar os shorts, e mesmo sendo dos mais compridos, não fora o suficiente para tapar a coxa e amenizar um pouco o ferimento, mas tinha sido um dia de calor, e Daphne esperava um dia tranquilo. Voltou a olhar para o ferimento e pegou uma das compressas que um dos curandeiros lhe tinha dado e aplicou pressão sobre o mesmo, pelo menos para estancar o sangramento. “Eu… Eu acho que ainda tenho algum néctar no meu chalé.” Pelo menos se nenhum dos irmãos lhe tivesse roubado como era costume acontecer. Ouvindo a proposta da morena, Daph assentiu. Não era fácil para ela aceitar ajuda de outra pessoa, por norma gostava de se desencrencar sozinha, mas Sawyer tinha razão, não precisava de deixar aquele corte ainda pior. “Ok tem razão, acho que realmente preciso de sua ajuda, mas sem enfermaria por favor.” Pediu com um pequeno suspiro. Era nestes momentos que gostaria de ter a habilidade de cura acelerada.
Sawyer parou para analisar o ferimento na perna da filha de Ares. Ela sabia muito bem como era preferir cuidar de seus próprios ferimentos sozinha, ela mesma sendo uma pessoa independente e que não era muito fã da enfermaria, mas o ferimento na perna da semideusa parecia profundo e necessitado de cuidados. "Você tem certeza? O machucado está bem feio, talvez você precise de um pouco de ambrosia ou néctar para ajudar a fechar, além de uma sutura. Eu geralmente carrego um pouco comigo, já que nunca se sabe quando um ataque vai acontecer nesse lugar, mas justo hoje não tenho nada...", soltou um suspiro frustrado com isso, apalpando seus bolso para confirmar que não havia trazido nada. "Se você não quiser mesmo ir para a enfermaria, pelo menos pode me deixar te ajudar a chegar no seu chalé? Não é bom se apoiar no ferimento desse jeito", ofereceu. Podia ser conhecida como trambiqueira no Acampamento, mas Sawyer se importava bastante com as outras pessoas e estava sempre disposta a ajudar.
"please, don’t leave." for @thecampbellowl
Não era de todo uma caminhada longe desde o seu chalé até ao de Charlie, pelo contrário, afinal, era impossível serem mais perto um do outro. Ainda não tinha falado com a semideusa depois de todo aparato recente e sentia que tinha que a ir checar, nem que fosse para confirmar que estava inteira. Chegando ao chalé seis, bateu à porta, e para seu espanto sem qualquer resposta. Era estranho ninguém vir abrir, nem sequer um dos campistas mais novos. Voltou a bater, talvez não a tivessem ouvido da primeira vez, mas não tomava o chalé de Atena por barulhento, e Daphne não tinha sido propriamente delicada ao bater. Já pronta a virar costas e desistir, reconheceu ao fundo a voz da amiga pedindo para não ir embora. Ao perceber que lhe abria um a porta, mostrou um pequeno sorriso, espreitando para dentro do chalé antes de a encarar. "Não vou embora, não se preocupe. Como você está? Está sozinha?"
𝐃𝐚𝐩𝐡𝐧𝐞 𝐆𝐫𝐚𝐜𝐞𝐰𝐨𝐨𝐝Daughter of 𝕬𝖗𝖊𝖘; cabin counsellor born from 𝒘𝒓𝒂𝒕𝒉 𝒂𝒏𝒅 𝒓𝒂𝒈𝒆
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