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POV #2 - 𝐚𝐧𝐚𝐭𝐨𝐦𝐲 𝐨𝐟 𝐚 𝐟𝐚𝐥𝐥
Perder alguém tão próximo de si tinha sido de longe uma das coisas mais dolorosas que já tinha acontecido a Daphne. Não havia dor física que se comparasse àquela que estava sentindo naquele momento, e com certeza a loira preferia um golpe de um monstro a voltar a sentir algo assim. Tinha lidado com poucas perdas ao longo de sua vida, talvez por nunca ter realmente saído do acampamento sem ser em missões, talvez por não ter família além da que tinha criado ali, e Flynn era como se fosse sua família. Era estranha para si a ideia de não poder voltar a conversar com ele, lhe pedir conselhos, de nunca mais ver se rosto, até pensar sobre isso lhe pesava.
Ultimamente o seu escape tinham sido os treinos, era a única forma de conseguir concentrar em algo mais sem ser o corpo inanimado do amigo no chão, de conseguir focar em algo mais que o choque que havia sido toda aquela noite. Conseguia pensar em ser melhor, em lutar melhor e quem sabe, quando encontrasse o tal traidor, enfrenta-lo sem dificuldades. Naquele momento, enquanto empunhava a espada contra os manequins da arena de treinamento, apenas conseguia imaginar que aquele seria a pessoa que matou Flynn, e Daphne o apunhalava com toda a força que tinha.
Sabia que se levar àquela exaustão toda não era saudável, mas que mais poderia fazer? A pessoa com quem ela conversava e confessava tudo o que lhe ia na mente tinha partido, não restava mais ninguém com quem a filha de Ares tivesse aquela intimidade e à vontade, e por mais que estivesse rodeada de pessoas, se sentia sozinha. Não era suposto ser assim, e tinha a certeza que aquela morte iria fazer com que Daphne voltasse a se fechar, a não entregar muito de si aos outros semideuses, como tanto fazia quando era mais nova. A respiração estava descompassada, pesada, sentia o ar entrar e sair de seus pulmões com dificuldade mas não conseguia parar, a espada era brandida com a maior precisão e força possível, mas começava a fraquejar. As pernas pareciam ter um formigueiros que há muito não se lembrava de sentir, e aquilo era um sinal.
O corpo tentava acompanhar a mente mas conseguia cada vez menos, já tinha perdido a noção do tempo, apenas sabia que tinha entrado na arena por volta das cinco da tarde e agora já estava escuro, as pausas tinham sido apenas para beber água pois parar significava voltar ao loop em que sua mente se encontrava, e preferia qualquer coisa a isso. Num movimento rápido, tentou usar a espada para regular o manequim, mas falhou ao assentar o pé esquerdo no chão, a fazendo cair de costas no chão, a destra largando a espada com o impacto. Inacreditável, não se lembrava da última vez que tinha falhado um golpe um passo ou um movimento num treino, mas ali estava, deitada no chão, olhando para o céu de holograma que se encontrava acima de si.
Ridículo, se alguém a visse era o que iria pensar, completamente ridículo, especialmente agora, que os olhos começavam a lacrimejar, a fazendo bater de forma furiosa com o punho no chão. Mataria quem quer que fosse que tivesse por detrás de tudo o que havia acontecido, e arrastaria seu corpo até ao chalé de ares para o exibir sobre a porta, tal como a cabeça do javali.